15 janeiro 2018

Gosto muito de você.

Sempre vai existir um erro que vai te fazer sacudir a cabeça pra tentar esquecer aquela lembrança. E quantas vezes você veio na minha mente. Quantas vezes eu escutei você dizer que gostava muito de mim. Quantas vezes eu me culpei por tudo o que aconteceu. Eu segui a vida sem você, não te procurei, não confessei meu pecado, não assumi meu erro, apenas te deixei ir. Contei os dias para que o final daquele ano terminasse pra eu não te ver mais e sentir pelo menos um pouco de alívio por não te ver. Eu chorei muito por ter perdido alguém que amava e que confiava tanto. Sentia uma mão apertando meu coração por não poder te ajudar quando você mais precisava de mim, de mim não, de quem um dia eu fui pra você. E assim os anos passaram. A vida seguiu. Eu não te procurei. Mas a vida insistia em te colocar na minha vida. Seja esbarrando na fila no cinema, ou de madrugada no hospital. Todas as vezes que isso acontecia eu sentia uma vontade de te procurar, de saber como você tava. De pedir perdão pelo meu erro, FAZER ALGUMA COISA, já que eu não tinha feito nada pra tentar recuperar a tua confiança. Eu era tão consciente de tudo que se você me lançasse palavras ferinas, eu ia entender. E então veio a vida. Você surgiu em uma notificação. Eu senti medo. Depois fiquei nervosa. Tentei entender... Esperei alguma palavra. Uma pontuação. Não veio nada. Eu esperei, mas lembrei que de certa forma eu já tinha esperado por 4 anos. E então ... decidi falar contigo. Não esperava outra coisa além do silêncio, mas você veio tão cheio de amor, que conseguiu aliviar a minha alma. Eu ainda não te abracei, não disse nem metade do que tenho pra dizer. Sei que já disse muitas palavras, mas quero dizer com os olhos, com o abraço e com o sorriso contido. Uma felicidade tão particular que deixou meus dias mais felizes. Aquela pontinha no meu coração. Aquele espaço que agora está sendo organizado por alguém que eu desorganizei a vida.Ou parte dela. Eu não sei o que o resto dos anos nos reserva. Eu só sei que  é algo muito bonito pra combinar com a sinceridade da nossa relação e com o perdão, que mesmo tardio, aliviou meus pensamentos.
Obrigada por estar aqui, eu só peço que fique. E que continue. E que não parta de mim. E que sorria daquele jeito. E que me olhe daquele jeito. Gosto muito de você.

10 abril 2016

Alguma coisa sobre você.

As vezes quando existe uma dor muito grande, ela transborda pelos olhos, mas no meu caso, transbordou pelas mãos. Eu passei dias e dias tentando entender o que aconteceu naquela noite. E confesso que ainda hoje não entendo. Fazer com que as coisas mudassem foi uma proposta de intervenção em que o agente social restringia-se apenas a mim, sim, aquela velha história de conscientização, mas cada tentativa era uma derrota. Doeu escutar o quanto você gostava de mim, mas que não queria esse sentimento. É difícil até escrever sobre isso, porque nunca conheci algo tão difícil, confuso. Você que sempre mostrou coragem a tudo e teve medo justo de amar. Aliás, corrijo. Medo de sentir-se amado. São quase quatro meses de silêncios. Apesar de nos falarmos regradamente e com excesso de cuidado para não sair nenhuma virgula de sentimento, ou até mesmo trocar pontos finais por reticências em uma história escrita  numa folha de rascunho, nada foi passado a limpo. O vazio de duas vidas ocupadas, sem tempo para nada, com desculpas para viver. Depois de você, aprendi que tem momentos que temos de procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão.